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NOTA PÚBLICA DO SEPE/RJ e FÓRUM EJA/RJ

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO RIO DE JANEIRO – CONTRADIÇÕES EM CONTEXTO REMOTO (2021)

 

A Educação Pública atravessa em nosso Estado um momento de grandes desafios, sobremaneira a Educação de Jovens e Adultos, que pelas especificidades de seu público enfrenta de forma mais acirrada as contradições do Ensino Remoto, principalmente aquelas em torno da garantia de acesso aos formatos de educação em curso no contexto da pandemia. A luta pela garantia de direitos sociais e humanos em uma sociedade historicamente marcada por desigualdades e pelo não reconhecimento das diferenças não é novidade em nossa realidade. Nessa direção, urge nosso posicionamento na direção da garantia do direito à educação para jovens, adultos e idosos integrados a modalidade, principalmente se reconhecermos a baixa adesão dos educandos aos modelos remotos de ensino, motivados por problemas de ordem técnica (acesso e equipamentos), realidade socioeconômica dos educandos/as, e ainda, do domínio tanto dos instrumentos digitais quanto do próprio processo de aprendizagem mais autônomo que o distanciamento requer. Indicamos, portanto, que as atividades remotas, de modo geral, têm se mostrado incompatíveis com a modalidade EJA e os gestores precisam no desenvolvimento das políticas minimizar essas contradições. Nessa direção, indicamos como elementos a serem considerados na condução das políticas públicas para a EJA em nosso Estado ao longo do segundo semestre de 2021, em primeira instância, a abertura de diálogo com as comunidades de professores e educandos da EJA nas escolas de nosso estado, com atenção aos seguintes demandas/problemas:

 

  1. Ampliação de assistência especifica para a democratização do acesso aos equipamentos digitais para os educandos/as da EJA, em seus espaços escolares e de residência, e em alguns casos, a viabilização e garantia da entrega do material impresso aos alunos/as produzidos de forma específica para o público da modalidade;

 

 

  1. Garantia do direito ao acesso ao uniforme, alimentação escolar e outras políticas de assistência e renda, que são viabilizadas aos alunos de forma geral;

 

 

  1. Reconhecimento da carga horária e da especificidade da EJA nas exigências do quantitativo de materiais e postagens dos(as) professores(as) nas plataformas das redes. Nossos(as) estudantes da EJA estão na luta pela sobrevivência e é necessário que os governos levem isso em consideração. Quantidade de atividades não significa que há qualidade.

 

 

  1. Garantia de transporte escolar para os educandos/as da EJA, por circularem à noite e em alguns casos sem uniformes, os alunos da EJA estão sendo impedidos de adentrar os transportes coletivos, pois só possuem uma declaração de escolaridade. Indicamos como urgente o retorno do processo de carga dos cartões RioCard dos educandos/as.

 

 

  1. Garantia para um retorno presencial seguro do planejamento e efetivação de protocolos sanitários nas unidades escolares. Em função de um perfil juvenil bastante significativo de matriculados na EJA, muitos(as) dos (as) nossos(as) estudantes ainda não tomaram a primeira dose da vacina, e os idosos/adultos, não tomaram a segunda dose, o que torna o processo de retorno presencial – realidade de muitas redes de ensino em nosso Estado – um movimento irresponsável e que coloca em risco a vida dos educandos, seus familiares e seus professores.

 

Em 02/07/2021